
Me imaginei naquela árvore. Aquelas folhas cor verde escuro me chamavam. Seus galhos firmes gritavam por meu nome animal.
Lá eu era um lemore. Minhas mãos eram meus pés assim como o inverso. Minha calda era tão forte quanto qualquer corda de marinheiro.
Meus olhos assustados pela multidão me obrigavam a observar jovens, suas drogas, seus costumes. Tão estranho, agressivos e barulhentos. Por que tudo isso mesmo?
Eu era apenas um primata em meu dia de caça e boémia. A noite, festejava com outros de minha espécie. Ao som de tambores e barulhos de galhos eu me sentia como aqueles jovens de mais cedo.
Paro e reflito.
Me imaginei naquele banco. Eu era aquela garota de camisa cor creme com detalhes de flores azuis. Segurava um pequeno galho branco, com um pedaço cor rosa na ponta, e exalando uma fumaça muito forte, o levava até a boca, e o tirava, repetidas vezes fiz isso. Eu era barulhenta. Festejava, mostrava os dentes. Olhava para o céu, imaginava ter asas, e como é ser um pássaro. Não me sentia como um, nem em espírito, nem em corpo.
Afinal, minhas semelhanças com a menina é que nós dois temos polegares.