domingo, 6 de fevereiro de 2011

Imaginei.


Me imaginei naquela árvore. Aquelas folhas cor verde escuro me chamavam. Seus galhos firmes gritavam por meu nome animal.
Lá eu era um lemore. Minhas mãos eram meus pés assim como o inverso. Minha calda era tão forte quanto qualquer corda de marinheiro.
Meus olhos assustados pela multidão me obrigavam a observar jovens, suas drogas, seus costumes. Tão estranho, agressivos e barulhentos. Por que tudo isso mesmo?
Eu era apenas um primata em meu dia de caça e boémia. A noite, festejava com outros de minha espécie. Ao som de tambores e barulhos de galhos eu me sentia como aqueles jovens de mais cedo.
Paro e reflito.
Me imaginei naquele banco. Eu era aquela garota de camisa cor creme com detalhes de flores azuis. Segurava um pequeno galho branco, com um pedaço cor rosa na ponta, e exalando uma fumaça muito forte, o levava até a boca, e o tirava, repetidas vezes fiz isso. Eu era barulhenta. Festejava, mostrava os dentes. Olhava para o céu, imaginava ter asas, e como é ser um pássaro. Não me sentia como um, nem em espírito, nem em corpo.
Afinal, minhas semelhanças com a menina é que nós dois temos polegares.