quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Por dentro da mente humana


Existiam mais do que simples palavras, eram sentimentos a serem traduzidos. "O que se é impossível, nunca poderá ser feito" Dito, no caso. Afinal, o que são sentimentos? São sensações baseadas no que fazemos e no que pensamos?
Eu poderia dizer e filosofar com vocês, leitores, mas não posso discutir o impossível, creio que ninguém conheça seus limites, mas mesmo assim, não explorarei esse lado de minha mente. Creio também que nossa mente é como uma cidade. Entretanto, quem sou eu para limitar a mente humana, dizendo que ela não pode vir a ser um mundo? Ou talvez um universo de diversos pensamentos que já foram pensados, mas custa nós descobrirmos que pensamentos foram esses?
Como se cada ideia fosse a carga de um caminhão. Ah, meu leitor, procure encher essa estrada de vários caminhoes carregados, e explore sua mente, para descobrir o que já se passou por essas vias longas e perigosas. Viva que nem um historiador. A cada pista descoberta, uma relíquia a se ganhar.
Esse é o mistério do pensamento, do existir.
Infelizmente, é claro que eu não posso afirmar nada, uma vez que isso seja apenas uma teoria. (Não até algum cidadão perdido da minha mente pular para fora de meus ouvidos)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Vendo o mundo através dos olhos não humanos


O defeito mais grave da raça humana se chama antropocentrismo. É apenas uma palavra um pouco complicada para egocentrismo, em sua acepção estritamente humana. Isto quer dizer que nós, seres humanos, temos o péssimo hábito de tudo ver através da nossa própria ótica, como se centro do universo fossemos. Lamentavelmente, não o somos. Muito pelo contrário, habitamos a reles periferia de uma galáxia imensa, onde o nosso sol é apenas uma dentre quatrocentas bilhões de estrelas. E a nossa galáxia, por sua vez, é apenas uma dentre centenas de bilhões de outras.
Porém, o pior não é isto. Questionado uma vez durante um programa da tv inglesa pelo então arcebispo da Cantuária, acerca de quais os atributos do Criador que puderam ser percebidos através do estudo de Sua criação, o famoso cientista e zoólogo inglês Haldane respondeu, para o horror do religioso: “Besouros, sua santidade... besouros! O Criador é fascinado por besouros”. E se explicou: “sessenta por cento da biomassa do planeta Terra é constituída de besouros, à exceção, é claro, dos microorganismos, que são maioria absoluta”.
O arcebispo ficou aterrorizado. Então, a ciência não confirmava a posição dita “superior” do Homem dentro da criação? Não, não confirmava. Somos apenas mais uma ínfima espécie zoológica dentre milhões de outras a habitar o planeta, e meros recém-chegados de apenas seiscentos mil anos, comparados, por exemplo, com a desprezível barata, que aqui já está há cerca de trezentos e cinqüenta milhões de anos, e que provavelmente ainda continuará a existir por outros tantos milhões de anos muito, muito após a nossa espécie arrogante e pelada haver passado para o registro fóssil. Pois a barata é capaz de sobreviver a circunstâncias extremamente mais adversas do que nós poderíamos suportar. Baratas vivem no escuro, ingerem uma dieta de sabão e fezes e, ainda assim, sobrevivem alegremente. Passam incólumes em meio ao bombardeio radioativo de uma catástrofe nuclear, de cuja ameaça ainda não nos livramos enquanto civilização.
É por tudo isto que vale a pena olhar o mundo através dos olhos compostos, mosaiciformes, metalizados e frios dos insetos. Pois eles, não nós, são os sobreviventes. A eles pertence, de fato, o mundo, que habitam sutilmente enquanto o matraquear vazio do falatório humanóide passa por cima de suas cabeças. São capazes de formar gigantescos superorganismos, seres imensos feitos de milhões de pequenos seres, como nos impressionantes conglomerados arquitetônicos dos termiteiros africanos, ou mesmo entremeados em nossa própria e vaziamente orgulhosa obra arquitetônica: são os cupins. Assim como as formigas e as abelhas, constituem multiorganismos onde cada individuo se constitui num único neurônio de um cérebro gigantesco, aterrador. O resultado concreto é uma espécie de “coisa” vasta e pensante que se arrasta silenciosa e atarefadamente, agindo de acordo com intenções e motivações das quais desconhecemos quase todas, exceto uma: sobreviver. Para que? Não sabemos. Você sabe para que você sobrevive? Para assistir o programa de auditório favorito na tv no final de semana? Para ter sexo com a sua companheira / companheiro à noite? Para levar os filhos ao futebol? Pois é, também não sabemos para que os insetos sobrevivem. Nem para que o Criador gerou muriçocas. Mas estas, como nós, existem e lutam de maneira selvagem por este direito.
Da próxima vez que você olhar um mosaico, por exemplo, numa obra de arte bizantina, pense duas vezes. Você está tendo uma pequena amostra da realidade interna dos insetos.

Por Ricardo Chequer Chemas, meu pai.